Barbarismo no Ocidente Livre
Nas sociedades protetoras das mulheres espetros obscuros flutuam ainda sobre os corpos femininos reincidindo no seu papel meramente de objeto sexual. O zelo da intimidade, imprescindível na construção do respeito e naturalidade no convívio social, desde a expulsão do Paraíso, não acompanhou as drásticas mudanças nas sociedades, entretanto estabelecidas.
A folha de parra cobriu a vergonha num primeiro momento, porque existia
apenas um órgão genital, que o macho tóxico, entretanto também estabelecido, lograria
cobiçar. A evolução descobriu mais dois. Um, o contracetivo natural, está morfologicamente
protegido dos olhares, entre as nádegas. O outro, a boca, ganha predominância depois
das guerras mundiais, quando a mulher sai do lar para a fábrica, para colmatar
a falta de mão de obra.
A flexibilidade da boca para o sexo rápido, na discoteca, no escritório ou na rua, catapultou-a para um papel principal nas sociedades capitalistas. Que, não legislaram para a sua ocultação dos olhares lascivos.
(O arquiteto Tomás Taveira recebe uma chamada de Tóquio)
E fez pior, numa corruptela da epígrafe heideggeriana, “a linguagem
é a morada do ser", instou a mulher a falar, no FMI, na Comissão Europeia,
no Banco Central Europeu, nos conselhos de administração das empresas, nas organizações
humanitárias, nos comités de direitos humanos, etc.
E, aos olhos de todos, surgem mulheres importantes, fortes,
poderosas, empoderadas, brandindo um órgão genital, aumentando a carga desejante,
que, inevitavelmente, conduzirá ao assédio de todas as mulheres no mundo.
Modelo: Carol Jasabe em "Carol Jasabe Take
California".
Fotografia: Zach Venice.
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