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A mostrar mensagens de outubro, 2022

O homem, o capital mais precioso

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Camaradas! Não se pode negar que nos últimos tempos tivemos grandes êxitos, quer no domínio da construção, quer no da gestão. A este propósito, tem-se falado demasiado dos méritos dos dirigentes, dos méritos dos líderes. Atribuem-se-lhes todas, quase todas as nossas realizações. Isto é evidentemente inexato e incorreto. Não se trata apenas dos líderes. Mas não é disso que eu queria falar hoje. Queria dizer algumas palavras sobre os quadros, os nossos quadros em geral e, em particular, dos quadros do nosso Exército Vermelho. Sabeis que herdámos dos velhos tempos um país tecnologicamente atrasado, um país empobrecido e devastado. Um país destruído por quatro anos de guerra imperialista, novamente destruído por três anos de guerra civil, com uma população semianalfabeta, uma técnica de baixo nível, com alguns pequenos oásis de indústria, rodeados por um oceano de pequenas explorações camponesas: eis o país que herdámos do passado. A nossa tarefa consistia em fazer passar este país da vi

As crianças

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Duas desgraças abateu a sociedade moderna sobre as crianças. A sua sexualização, com vista aos lucros irrecusáveis da indústria da publicidade (ou do entretenimento), que não estabelece limite laboral de idade, na qual o trabalho infantil não é crime, e é inclusive consensualmente arrogado como fofinho.   E a inculcação de papéis sociais estereotipados. Uma menina é uma menina, um menino é um menino, quando a moderna ciência mandou essa bafienta opinião às urtigas. A fecundação já não determina o género, após a saída da vagina, a crianças escolhe o seu sexo consoante as suas perspetivas de emprego. É o charme indiscreto da burguesia que trava a implantação da sociedade perfeita que habita nas mentes ilustradas da sociedade atual. Mormente, da esquerda crochet, aqueles que, do sofá, tecem iluminados raciocínios, ou da esquerda venérea, aquela que, maravilhada com novas sexualidades, trocou a economia, como infraestrutura, pelos brinquedos sexuais, como a ventura. “Não, camaradas. Nã

Isabel II

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A dentadura postiça numa velha desprende o elogio, de outras velhas, entre as classes superiores, na oclocracia inglesa. Peter Kropotkin, "Mutual Aid Among Animals." The Nineteenth Century, September, 1890.

Preço de amigo

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“O dinheiro não é apenas um objeto da mania de enriquecimento [ Bereicherungsssucht ], mas sim o seu objeto. A mania de enriquecimento é por essência a auri sacra fames [a infernal sede de ouro]. A mania de enriquecimento enquanto tal, como uma forma particular de pulsão [ des Triebes ], isto é, diferente da obsessão por riqueza particular, p. ex., por roupas, armas, joias, mulheres, vinho etc., só é possível quando a riqueza universal, a riqueza enquanto tal, está individualizada em uma coisa particular [...]. O dinheiro, portanto, não é apenas o objeto, mas, ao mesmo tempo, a fonte da mania de enriquecimento. A ganância também é possível sem dinheiro; a mania de enriquecimento é o produto de um determinado desenvolvimento social, desenvolvimento que não é natural , por oposição ao histórico .” Karl Marx, Manuscritos de 1857-58

Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra

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Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra, Ao volante do  Chevrolet  pela estrada de Sintra, Ao luar e ao sonho, na estrada deserta, Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça, Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo, Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter, Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir? Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa, Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa. Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência, Sempre, sempre, sempre, Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma, Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida... Maleável aos meus movimentos subconscientes do volante, Galga sob mim comigo o automóvel que me emprestaram. Sorrio do símbolo, ao pensar nele, e ao virar à direita. Em quantas coisas que me empres

Da geração e da corrupção

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Claudia Cardinale nasceu em 15 de abril de 1938 em Tunes. Na foto, ela posa com a mãe, a irmã Blanche (à esquerda) e o irmão Bruno na praia de Tunes, cidade onde morou até os dezasseis anos. “Em matéria de coisas sujeitas à geração e corrupção é necessário pressupor dimensões indefinidas antes da receção da forma substancial. Consequentemente, a divisão que se faz segundo essas dimensões pertence propriamente à matéria. Mas a quantidade completa e definida vem à matéria depois da forma substancial; portanto, a divisão que se faz em relação a uma quantidade determinada diz respeito à espécie, especialmente quando a posição determinada das partes pertence à essência da espécie, como no corpo humano.” “Suma teológica”, São Tomás de Aquino Nas sociedades diligentes na proteção das crianças, só o despedimento sumário e flagelação pública no pelourinho, ou empalamento à entrada das cidades, seria a recompensa merecida pelas Comissões de Proteção, quando nada fazem contra a corrupção do cor

Ostentação da boca

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As sociedades envaidecidas no seu tratamento, com sentimento e sensibilidade, do género feminino, que abominam e rejeitam o passado ignaro, entranhado de discriminação e violência, ainda não assimilaram as grandes mudanças, estimuladas pela penetração extensiva da mulher no mercado de trabalho, e como principal consumidora dos vários produtos da indústria do ensino. Maior convívio com o sexo feminino envolve mais oportunidades de sexo. Desta sobrelotação libidinal irrompeu o problema da preservação da virgindade. A solução acessível foi a promoção da entrada e da saída do tubo digestivo a órgãos genitais. Práticos, fáceis de operar, além de contracetivos naturais. Se a saída não levanta problemas de pudor, consequência da própria evolução do vestuário, a entrada, pelo seu lado, ainda constitui um atentado ao pudor, que tarda em ser anulado na cultura cristã. Talvez pela tradição de ser a palavra de Maria, - de que foi Deus a conceder-lhe uma bênção maravilhosa -, o alicerce do catolici